terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ELE acalma a tempestade

O calor escaldante daquele sábado havia deixado a pele dela de uma cor que não lhe pertencia. Como não bastasse o ardor do sol se transportou para as costas dela e queria a qualquer custo morar ali pra sempre, mas como era pesado carregar o sol nas costas ela passava muito creme afim de que ficasse pelo menos mais leve. Em princípio não adiantava muito, mas ela continuava tentando sem pretensão de desistir.

O dia tinha sido cansativo, mas os foguetes dentro dela nunca se apagavam e mesmo quando as forças de todos os amigos tinham acabado as forças dela estavam pipocando por dentro porque ela confiava no Grande Mestre. E era Ele que renovava as forças que ela usava, pois quem confia no Grande Mestre tem as forças renovadas e podem subir bem alto com asas como as das águias, podem correr sem ficar exaustos e caminhar sem ficar cansados.

E foi assim, sem ficar cansada, que correu pra cima e pra baixo o dia todo sem parar. Uma das amigas estava estatelada no banco traseiro e não tinha forças nem pra rir mais tamanho era o cansaço. As risadas tinham ficado ao longo do dia. No banco do motorista, bem ao lado, estava a amiga que dirigia concentrada na estrada à frente. E ali no carro, as três tentanvam, de alguma forma, não cair no sono.

BD6352-001, Dan Kenyon /Stone

Como ela estava agitada demais para aquietar o coração puxou duas ou três brincadeiras até que as amigas se renderam e logo depois pararam de brincar. Puxou uma ou duas músicas, mas não teve muita adesão. Ela sabia que o dia tinha sido cansativo, mas ela mesma não estava cansada. Foi então que olhou para a janela que quase se rompia com a força da recém chegada chuva que se lembrou que o Grande Mestre estava sempre disposto a conversar e brincar.

Na mesma hora que começou a conversar com o Grande Mestre a chuva aumentou quase invadindo o carro e o coraçãozinho dela foi tomado por uma nuvem de medo. Com um pouco de vergonha pelo fato de as amigas não saberem as letras que estava prester a entoar decidiu se comunicar com o Mestre por canções. Começou então a balbuciar uma musiquinha em inglês blessed are those who dwell in Your house...mas como não se lembrava muito bem da letra inteira se permitiu a cantar o que quisesse. Ou melhor, a cantar o que Ele quisesse.

Assim que ela abriu a boca o silêncio simplesmente tomou conta da boca das amigas e parecia que ali, naquele carro,só havia duas pessoas: ela e o Grande Mestre. E a voz dela tomou impulso e subiu um degrauzinho de empolgação por poder ministrar ao coração do Mestre e saiu limpinha numa velha canção de agradecimento.

97942742, Paul Viant /Photographer's Choice RF

Assim que o Mestre viu aquela cena abriu a mão, recolheu aquela pequena perolazinha e guardou-a no coração Dele. Logo depois Ele estendeu novamente a mãozona Dele e recolheu a nuvem que pesava sobre o carro e recolheu com a nuvem toda chuva levando junto no pacote a sombra de medo que tinha no coração dela porque ninguém podia resistir ao braço forte Dele.

Entendendo muito bem que o Grande Mestre sempre cuida ela só podia olhar pra Ele e sorrir um agradecimento cantado.

75355043, Steve Wisbauer /Digital Vision

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