domingo, 6 de fevereiro de 2011

E naquela manhãzinha cinza de chuva, aconchegante, preguiçosa e gostosa de folga foi despertada já tarde pela sábia mãe que se colocava sempre a  falar e falar pro Grande Mestre a respeito dela sem parar. Ela não sabia exatamente o que a mãe falava a seu respeito. Ainda mais com o Grande Mestre que sabia o que queríamos dizer antes mesmo de pensarmos em falar.

O motivo do despertar não era nada importante, mas sentiu muita vontade de falar tudo pra amigairmãsensata, que muitas vezes sem saber e sem acreditar tinha razão em tudo que colocava pra fora.

Essa amiga era diferente das outras por vários motivos, mas o mais acentuado deles é que a presença dela era super suave, não era de peso como a da amigairmãmaisvelha e como a da amigamãedetodas. As duas falavam muito forte, ainda mais quando o Grande Mestre mandava. Essa amigairmãsensata não, ela sempre parava, respirava e só depois de pedir que o Grande Mestre usasse a boca dela é que a abria calmamente com toda a doçura que morava dentro dela. A amigairmãsensata, ao contrário dela, era o cicio suave que só o Grande Mestre conseguia fazer.

A amigairmãsensata vivia dizendo que quando crescesse o que mais queria era falar com a autoridade e poder com que a amigamãedetodas sempre falava. Mal sabia ela que o Grande Mestre já havia visto isso no coração dela e em coraçonês se comunicado com o coraçãozinho que amou a notícia e, delicado que era, só pôde fechar os olhinhos, sorrir como sempre fazia e suavemente beijar o rosto do Grande Mestre.

Desde esse dia, mesmo sem a amigairmãsensata saber por completo, toda vez que ela abria a boca, o Grande Mestre ia lá, cochichava com o coraçãozinho da amigairmãsensata, que ficou amigo Dele, e ela começava a falar tudo o que o Mestre ia cochichando no ouvido do coraçãozinho.

As palavras da amigairmãsensata iam aos poucos virando um bálsamo à medida que saía do coração tocado pelo Grande Mestre, enquanto passava pela boca e ia diretamente curar outros corações que passavam ali por perto da amigairmãsensata.

Ela olhava muitas coisas como essa e achava estranho, muito estranho na verdade, que a amigairmãsensata não visse isso como ela via. A amigamãedetodas dizia que aquilo que a amigairmãsensata buscava só se podia alcançar de joelho dobrado e olho fechado e a amigairmãsensata juntava as mãozinhas e as colocava em cima da barriga de joelho dobrado e olho fechado com toda força.

À medida em que fazia essas coisas o Grande Mestre vinha bem pertinho da amigairmãsensata e pegava cada sonzinho que saía da boca dessa amiga. Muitas vezes não se podia ouvir nenhum som saindo da boca, mas vía-se o Mestre fazer o mesmo movimento como que para pegar algo.

O que seria que Ele tanto pegava já que não havia som? - ela pensou. Só depois de observar por mais alguns instantes percebeu que ela não ouvia som saindo da boca, mas o Mestre ouvia o som que saía do coração. Ela não entendia muito bem coraçonês ainda, mas o Grande Mestre, que criara o idioma era fluente e podia ouvir em alto e bom som cada suspiro do coraçãozinho da amigairmãsensata e recolhia cada um deles da mesma forma.

Como ela queria que a amigairmãsensata parasse de falar que não dá conta e simplesmente prestasse atenção ao que acontecia com ela mesma....

Era tão linda aquela cena que via que o coração dela mesmo se aproveitou da presença do Grande Mestre o se alegrou ao vê-Lo falando daquela forma ao coração da amigairmãsensata. De tanto poder que saía daquele quadro parecendo uma pintura, o coração dela não resistiu e pediu aos olhos que falassem por ele com uma gotinha de ternura que por pouco não lhe molha a face.

Ela achava um pouco repetitivo o que diria logo em seguida, mas não resistia e tão pouco poderia deixar de falar: como estava admirada com tudo o que o Grande Mestre fazia!! Ele não fazia apenas, Ele caprichava!!

81991739, Vanessa Davies /Dorling Kindersley

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