quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

E no auge do cansaço, ali mesmo, na cama, sem luz ela largou seu corpo na escuridão. Seu desejo era adormecer imediatamente, mas não conseguia. Não podia. Apesar de cansada sua cabeça não parava nunca de trabalhar, apesar de seu corpo só querer se desligar, sonhar a cabeça não deixava...

De repente foi assaltada pelo pensamento que a levou naquela noite em que suavemente beijava o rosto do ano velhinho despedindo-se dele e o cobrindo no leito de morte. E segundos depois se viu agachando no chão para receber o bebê 2011, que corria em direção aos seus braços com toda alegria e glamour que os anos novos trazem. Lembrou-se que embalou aquele bebê nos braços como se o fosse ter para o resto da vida. Sorriu para ele e viu em seus olhos a oportunidade de dar-lhe uma vida muito melhor do que deu àquele velho que acabara de beijar e cuidadosamente enterrar.

Viu nos olhos daquele bebê 2011 a esperança acumulada, prontinha para ser usada e abusada. Sentiu que podia se aproveitar dela, fazer, finalmente, algo de bom com ela.

Ao mesmo tempo sentiu-se feliz por carregar nos braços um bebê que pudesse escolher como seria formado dali em diante. Escolheu qual seria definitivamente a cor dos seus olhos e o que ele saberia a partir de agora. As vivências que aquele pequeno bebê teria dali pra frente seriam de sua inteira responsabilidade. Sentiu esse peso em suas costas e novamente sorriu para o bebê, pois já o amava!

E resolveu colocar nele o nome de FELIZ 2011!

Nenhum comentário:

Postar um comentário