sábado, 14 de maio de 2011

Tudo novo... de novo!

Um belo dia ela abriu o computador e alguns dos textos dela simplesmente haviam desaparecido. Ela não sabia se foi uma falha de servidor ou mesmo uma pane mundial, mas queria muito que todos os textos estivessem ali. E é claro que não estavam. Ela não se desesperou nem nada, mas se sentiu como aquele pastor que tinha cem ovelhas e uma delas fugiu e ele largou as noventa e nove no aprisco e foi atrás dessa fujona que faltava.

Ela não sabia bem por onde começar, não sabia sequer o que tinha escrito naquele pedaço de tela que tinha ido pra longe pra sempre, mas olhou pro alto e agradeceu ao Grande Mestre, autor e consumador da história, que tinha dado a ela todas as histórias que já tinha escrito e ensinou a ela a guardar cada uma delas.

112779440, Sharon Vos-Arnold /Flickr

O ponteirão do relógio correu depressa até completar uma volta inteira e finalmente apareceu o cabeçalho de um dos textos fujões, mas o cabeçalho por si não dizia nada uma vez que o texto tinha ficado enorme. Ela lembrou-se de algumas fotos que logo foi colando e pelejou para se lembrar de pelo menos um retalhinho daquela colcha toda, mas foi em vão. Agora até as palavras daquele texto todo fugiam da cabeça dela...

Foi nessa hora que percebeu que não precisava ficar olhando pra trás, para o que tinha deixado ao longo do caminho, foi o Grande Mestre que havia dado cada uma daquelas histórias nas mãos dela. E, se Ele quisesse, poderia dar tudo de novo.

Meio sem jeito por aquela coisa toda ela deu uma olhadela de lado para o Grande Mestre. Ele, com um sorriso no rosto retribuiu a ela o olhar e sorriu ainda mais mostrando todo o cuidado que Ele tinha para com ela, todo amor do mundo estampado nas mãos marcadas e todo carinho com que sempre cuidava dela. Estendendo então os braços, recolheu-a num abraço profundo e ela entendeu que a partir de agora, agora sim... era tudo novo! Porque era um novo começo, era uma nova história...

200209234-002, Lukas Creter /Stone+

Nenhum comentário:

Postar um comentário